Boletim Digital | março e abril 2021
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Nesta edição damos nota de várias iniciativas realizadas no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, desta vez realizadas «a distância», destacando-se a continuação do desenvolvimento do website do Programa Cultural, a Programação para o Festival INDIE Júnior, feita por uma turma do 9.º ano e o cinema de animação em desenvolvimento nas turmas do 5.º ano e em turmas do 4.º ano do 1.º ciclo.
Como salientamos na edição anterior, queremos desenvolver uma cultura de escola onde seja possível cada um ser «autor» de práticas que desafiem o estabelecido, o «já visto», e o «já feito» e, simultaneamente, que esteja presente a «qualidade estética», i.e. práticas onde se conjuguem três dimensões essenciais: a fruição de diferentes universos culturais, a reflexão sobre temáticas e conceitos e a experimentação de saberes através das diferentes práticas artísticas.
Também o cinema de animação “povoou” os imaginários dos alunos do 5.º ano e em algumas turmas do 1º ciclo (daremos nota na próxima edição), desde a sua história à construção das várias etapas de um filme de animação. Não deixem de ver os seus filmes, porque, como salientamos na rubrica o «O Lugar dos Outros», este trabalho foi feito no período de confinamento, que embora seja considerado pelas crianças muito significativo, deverá ser considerado como um ponto de partida para, num momento próximo, ser melhorado.
Convidamos-vos ainda a ler o texto do “nosso” Diretor, no qual destaca, de entre outras dimensões, a grande força de vontade de todos os docentes quererem uma educação artística de «qualidade» para o Agrupamento, destacando, neste âmbito, o ânimo que têm em participar na formação das várias áreas artísticas, desafiando-se a cruzar saberes e a questionar realidades estabelecidas.
Por último, convidamos-vos a dar uma «vista de olhos» pelo website do Programa Cultural, que, como dissemos na última edição, se “(…) constitui[rá] como mais um modo de partilhar os trabalhos desenvolvidos e, simultaneamente, uma maneira de podermos dar espaço a um maior número de contributos de toda a comunidade educativa (docentes, estudantes, famílias, parceiros)».
Esperamos pela colaboração de Todos, sempre com a premissa de contribuir para a reflexão na área do Educação Artística e do contínuo desenvolvimento da «qualidade estética».
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Clique na imagem para visitar o nosso website.
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Clique para ver a animação criada para o Programa Cultural de Agrupamento.
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Foto (pormenor). Residência Artística de Teatro, turma 1ºA, Escola EB/JI Alfragide. Foto de Jorge Prata.
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Foto (pormenor). Residência Artística Cinema de Animação, turma 4ºB, Escola EB/JI Alfragide. Foto de António Limpo.
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Estão a decorrer várias Residências Artísticas nas escolas do 1.º Ciclo do Agrupamento (Cinema de Animação, Teatro, Música, Dança e Artes Visuais). Nestas, as crianças têm vivenciado as diferentes áreas artísticas integrando diferentes dimensões: a experimentação dos conceitos, a reflexão sobre os processos desenvolvidos e a avaliação dos resultados obtidos.
A interrelação destas dimensões foram experienciadas pelos docentes em espaços formativos anteriores e desenvolvidas nas suas práticas, como já divulgámos em edições anteriores. Assim, estes espaços de formação para as crianças são também um modo de os docentes poderem refletir sobre as suas práticas, permitindo-lhes consciencializar-se de que áreas artísticas têm um «estatuto de igualdade» face às demais áreas do saber. Mas não basta dizer para acontecer. Para que esta realidade se vá construindo, teremos de fazer um planeamento do trabalho tal como nas outras áreas, de modo que as práticas sejam sistemáticas ao longo do tempo, refletir sobre os processos desenvolvidos e sobre os resultados obtidos, a partir da conjugação do Ver/Ouvir/Refletir e Experimentar. Acima de tudo, imprimir «qualidade estética», como dizíamos na Nota Introdutória, isto é, a intencionalidade artística, a diversificação dos universos culturais que disponibilizamos às crianças, facilitando-lhes o acesso ao que ainda não conhecem e levando-os a experimentar novos conhecimentos e realidades.
E a este propósito vale a pena citar:
Se não te desviares do caminho chegarás exatamente ao destino que ele leva.
Provérbio chinês
Por aqui… estamos no bom caminho: sabemos o que queremos, mas ousamos «metermo-nos por atalhos» e desviarmo-nos para encontrar algo diferente.
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PRÓXIMAS FORMAÇÕES / RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS
CURADORIA PARA A INFÂNCIA | em data a anunciar | Todos os docentes
Parceria entre Fundação AGA KHAN, Museu de Etnologia
RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS > TEATRO | DANÇA | CINEMA DE ANIMAÇÃO | MÚSICA | ARTES VISUAIS | abril, maio e junho de 2021
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PARCERIA ENTRE O MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA E O AGRUPAMENTO
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OS DEUSES DO OLIMPO
Na continuidade da parceria com o Museu Nacional de Arqueologia (MNA), e tal como havíamos prometido na edição anterior, partilhamos as histórias elaboradas a partir da temática os «Deuses do Olimpo», com as turmas do 5.ºano, em Cinema de Animação.
Ressalva-se o facto deste trabalho ter sido feito durante o confinamento, e, se a fase de pesquisa sobre os Deuses foi bastante facilitada, pois, em tempo real as informações eram de imediato partilhadas com todos, as fases plástica e fílmica foram mais dificultadas, por faltar a proximidade física que tanto ajuda na melhoria destas atividades educativas.
Apesar de sabermos que, nós e eles, somos capazes de fazer melhor, o balanço final é muito positivo, avaliado pelas crianças como um trabalho criativo, divertido e educativo.
Agora deixamos-vos com os cinco filmes (basta clicar nas imagens para seguir os links):
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"A Carta para Zeus"
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"Eis que de repente..."
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"Entre os Deuses e as Ninfas"
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"Os Deuses do Olimpo"
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"A Busca das Almas"
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Still do vídeo sobre o Modernismo, pela RTP Ensina.
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Neste vídeo da RTP Ensina trazemos ao debate as categorizações históricas, enquanto gavetas que nos permitem guardar as caraterísticas de determinado movimento e etiquetá-las. Abi Feijó (2008) explica-nos, a propósito do modernismo, que não há movimentos «puros», mas sim «(…) a continuação de várias persuasões críticas anteriores (…)». Diríamos que, em contexto escolar, não poderemos apenas reunir as ideias em gavetas e fechá-las, mas sim ensinar a relacionar… para deixá-las voar.
Pode ver o vídeo da RTP Ensina em link
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Como demos nota no Boletim anterior, a Turma A, do 9.º ano, foi convidada para a iniciativa «EU PROGRAMO UM FESTIVAL DE CINEMA» pelo Festival IndieLisboa, secção IndieJúnior.
Agora já podemos partilhar convosco o resultado das nossas escolhas que poderão ver nas imagens e queremos muito que leiam a nossa entrevista que revela como é que esta experiência foi inédita para nós.
Deixamos-vos com o entrevistador: Rodrigo Filipe e a entrevistada Íris Baessa .
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UMA EXPERIÊNCIA QUE FICARÁ PARA A VIDA
Rodrigo Felipe: - Antes de começarmos esta entrevista, gostaria de a informar que a mesma será publicada no Boletim Digital do Agrupamento. Queria também agradecer pela participação e disponibilidade.
Com esta entrevista, queremos entender como foi participar no projeto intitulado “Eu programo um Festival de Cinema”, promovido pelo festival do IndieJúnior e também perceber a sua experiência pessoal ao contribuir para este programa. No fundo, compreender a importância do visionamento dos filmes e de também de ser programador.
Mas primeiro vamos falar um pouco sobre ti. Gostava que te apresentasses aos nossos leitores.
Íris: - Olá! Eu sou a Íris Baessa, tenho 15 anos e estou no 9.º ano, sou fã de cinema prefiro assistir a um filme em vez de ler um livro, gosto de todo o tipo de filmes, mas os que mais assisto é romance e comédia.
RF: - Como foi para ti participar neste projeto, como descreves esta experiência?
Íris: - Adorei mesmo, acho que foi algo mais dinâmico para a turma e pessoalmente gostei dos filmes a que assistimos.
RF: - No total, a turma viu oito curtas-metragens, como foram feitos os critérios de decisão acerca dos filmes que iriam escolher e o seu respetivo alinhamento?
Íris: - Pessoalmente baseei-me nos filmes que cativaram mais a minha atenção, por exemplo o “Vanille”, chamou-me imenso a atenção pela sua história e o cabelo das personagens, entre outros de que gostei imenso está também o “La técnica” que, mesmo não tendo percebido muito a mensagem do filme, chamou-me atenção também por ser “fora do normal”.
RF: - Devido ao facto de não ter sido possível ver todos os filmes durante as aulas previstas para tal, foi proposto que estes fossem vistos durante uma noite de cinema.
Conta-me um pouco como foi experienciar essa noite inédita, o que significou para ti? E o que significou para os teus colegas?
Íris: - Para mim foi uma experiência mais “íntima” com a turma, estávamos todos à vontade e mais “relaxados”, acho que a turma toda gostou da experiência e gostaria imenso que se voltasse a repetir.
RF: - No fundo, esta foi uma experiência enriquecedora e inédita, algo pelo qual os participantes estão extremamente orgulhosos e agradecidos pela oportunidade de participar. Foi sem dúvida uma experiência que ficará para a vida toda.
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DAQUI À LUA
To the Moon and Back
Sara Kolster, Holanda, Documentário, 2019, 16´
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JULHO 96
Juillet 96
Michèle Jacob, Bélgica, Ficção, 2020, 25´
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PAPA ZAZA
Géraldine Charpentier, Bélgica, Animação, 2020, 8´
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É com enorme prazer que partilhamos os textos poéticos e narrativos de alguns alunos do 8.º Ano, que a Prof.ª Clara Teles nos enviou, a propósito da atividade «Alunos poetas», cruzando o desenvolvimento da escrita e a observação de imagens.
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Quadro na parede da sala
Levanto os olhos do ecrã
E os dedos fogem das teclas
Suspiro de desejo de ondas
E vontade de navegar sem bússolas.
Saio pela madrugada fora
Em busca de peixe e liberdade
Regressarei na alvorada fresca
Se o sol beijar o mar de saudade.
O olho na proa observa-nos
O trabalho e o peixe que salta
Talvez a pescaria seja boa
Se a maré de imaginação for alta.
Trago peixe e restos do mar
Cores alegres, sonhos salgados
Depois, hastear as velas,
Desfazer nós, estamos cansados.
Baixo os olhos para o ecrã
Já não se sente o cheiro a maresia.
Lourenço Vilela, 8.ºC
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Trilhei caminhos desconhecidos.
Sabia que não seria fácil.
Mas os lutadores não se deixam vencidos,
mesmo quando o coração é frágil.
Fui à lua, fui a Marte...
Sei que é um disparate…
À minha frente só vejo ruas sem saída
Procuro desesperadamente uma saída
Mas não encontro…
Não encontro porque a minha saída és tu.
E tu também és um desconhecido.
Dentro de mim, uma confusão.
Estou presa numa ilusão.
À tua procura continuarei,
e disto tudo eu sairei!
Alessia Georgescu, 8.ºD
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Juntos
Estamos juntos,
protegidos do mundo lá fora.
A ver a água a cair,
o céu a desmoronar.
Estamos juntos,
o manto que nos une
e nos torna mais fortes.
Protegidos do mundo lá fora.
Estamos juntos,
a tristeza ronda a nossa janela,
sempre à espreita.
Mas protegidos somos mais fortes.
A nossa mãe nos aconchega
nos nossos corações,
e da chuva nos proteja
das farpas molhadas lá fora.
Estamos juntos.
Pedro Lajas, 8ºD
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O «MOMENTO CERTO»
A Fotografia — As Realidade(S) e a(s) Expressividade(S)
Foi no âmbito do Curso de Formação de fotografia, «MOMENTO CERTO - A Fotografia, a(s) Realidade(s) e a(s) Expressividade(s)», que em setembro de 2020 organizámos na Escola EB 2,3 Almeida Garrett a exposição, «O MOMENTO CERTO», numa parceria entre a Fundação AGA KHAN e o Agrupamento Vertical de Almeida Garrett.
Nessa altura dizíamos:
- É agora «O MOMENTO CERTO». E foi, tendo em consideração o que tínhamos planeado. No entanto, nunca a pudemos partilhar… Ficou aberta para nós, que por ali passávamos, bem junto à secretaria da escola e para algumas crianças que os professores levavam até lá.
Sentíamos a falta de não a poder mostrar a mais ninguém… Afinal, «curámos» com todo o esmero a nossa exposição, construída a partir de narrativas transdisciplinares, dividias em onze séries: ENTRE O VERDE E O AMARELO; AO LONGE; SILÊNCIO(S); DEAMBULAÇÕES; UMA BOA RAZÃO; AO PERTO; FORMAS DE VER(DE); SOMBRE(ANDO); INFINITOS e MUDANÇAS.
Já em pleno confinamento pensámos numa maneira de a «dar a ver», pois não poderíamos perder este Outro «Momento Certo» para vos contar como este trabalho colaborativo, realizado pelos professores, crianças e jovens, foi significativo para TODOS.
NÃO DEIXEM DE A FRUIR…
E podem passear o olhar pela Folha de Sala…
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Exposição virtual de Fotografia "O MOMENTO CERTO", clique para visitar.
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POR
Augusto Viola *
Agora que voltámos ao ensino presencial e que a esperança da normalidade está mais presente, é importante fazer uma breve apreciação do processo de ensino e de aprendizagem desta nova era educativa. Nova era, porque a pandemia deixou marcas na educação e nada é como antes.
Verificaram-se constrangimentos que se prendem com a distância física de todos os agentes educativos que perturbam a comunicação entre eles e que provocam as desigualdades no processo de ensino e de aprendizagem. Uns, com mais preparação e meios tecnológicos, conseguiram acompanhar este novo modelo e alguns alunos até melhoraram o seu aproveitamento, mas outros, infelizmente, ficaram para trás, neste processo.
Por outro lado, surgiram as oportunidades que resultaram do investimento no domínio das plataformas e aplicações que permitem o ensino e a aprendizagem à distância. Destaco sobretudo a formação entre pares, que permitiu que todo o processo se desenrolasse dentro da normalidade possível, e também a formação externa em que os docentes se envolveram para se atualizarem e poderem lecionar as suas aulas. Nunca, em tão pouco tempo, houve um tão grande investimento pessoal em formação e nunca, em tão pouco tempo, os docentes ficaram habilitados para assumirem o comando de vários modelos de ensino.
Também a formação estética e artística, realizada no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, tão importante para o desenvolvimento de novas práticas de ensino e de aprendizagem, à qual, apesar da sobrecarga de trabalho noutras áreas, os docentes não deixaram de dar resposta com a sua inscrição, frequência e aplicação no contexto do currículo das disciplinas é de grande relevo para o desenvolvimento do projeto Educativo do Agrupamento e do Plano Anual de Atividades. São os nossos alunos os principais beneficiários deste investimento e das novas práticas criativas e motivadoras.
"Há uma inteligência que só a arte nos dá e que é fundamental", José Gil.
Destaco as residências artísticas, no 1.º ciclo, que têm tido uma participação extraordinária das nossas crianças e cujos trabalhos têm sido expostos nas escolas do Agrupamento, assim como as exposições de trabalhos de alunos que são orientados pelos professores que têm frequentado as formações promovidas no âmbito do Programa Cultural do Agrupamento, patentes no átrio da direção/serviços administrativos. Estas formações são financiadas pela Fundação AGA KHAN, à qual agradeço em meu nome, da equipa da direção e de toda a comunidade educativa, especialmente os alunos que têm oportunidade de experienciar novas formas de aprender a fazer e de fazer com atividades de expressão pessoal, motivadoras e muito envolventes. A Componente de Educação Artística no 2.º ciclo tem contribuído para esta consciencialização da aprendizagem.
O processo de ensino e de aprendizagem deve ser colaborativo e partilhado, em todas as suas dimensões, entre pares e entre alunos/professores. Se os alunos se sentirem envolvidos e participarem, sentem-se ativos e motivados para a aprendizagem.
As linguagens artísticas não diferenciam, promovem a equidade nos processos de aprendizagem e estabelecem nexos significantes para outras linguagens, desenvolvendo a aquisição das competências essenciais em todas as disciplinas.
*Diretor do Agrupamento Vertical de Escola de Almeida Garrett
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ARTES PLÁSTICAS
Tim Burton - As Marionetas de Animação | MONSTRA - Festival de Animação de Lisboa | Museu da Marioneta | Terça a domingo | Das 10h às 18h
Disponível em link
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TEATRO
Ambregris - Les Antiaclastes (Teatro de Marionetas) | Teatro do Bairro | De 21 a 23 de maio | Recomendado a maiores de 10 anos | Disponível em link
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DANÇA
Terça-feira : Tudo o que é Sólido dissolve-se no Ar | Teatro São Luiz | 29 de maio | 19h | Maiores de 12 anos | Disponível em link
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MÚSICA
Concerto ANTENA 2 - Carlos Garcia (Piano) e Gonçalo Sousa (Harmónica) | ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa | 27 de maio | 19h
Disponível em link
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Apoio
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FICHA TÉCNICA
Conceção - António Limpo e Elisa Marques
Design Gráfico - António Limpo
Textos - Elisa Marques
Revisão de Conteúdos - Clara Santos
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